Como começar a contar a história desta aventura? Nunca imaginei que iria visitar Madagáscar num futuro tão próximo, há um ano estava a regressar do Brasil com um disco cheio de fotografias e vídeos por editar. Ainda sonhava regressar à Mata Atlântica antes sequer de sonhar em visitar outros locais. Sem sequer imaginar que estaria a visitar uma outra floresta tropical no ano seguinte. Esta viagem apenas foi possível porque a Vanessa foi convidada para ajudar num trabalho científico de recolha de amostras de morcegos. E existia a possibilidade de eu a acompanhar, dando uma mãozinha no trabalho de campo e aproveitando para fotografar os animais que fossemos encontrado. Uma vez tudo alinhado, partimos para a ação e começámos a planear a viagem.
Malas e mais malas: Organização mal calculada
A parte mais complicada foi fazer as malas! O que iria levar de equipamento fotográfico? E de roupa? E de extras por causa do trabalho de campo? Primeiro começámos pelo equipamento de campo, visto que íamos acampar na floresta durante alguns dias, era necessária uma tenda para duas pessoas que fosse leve e fácil de transportar, assim como sacos-de-cama, colchões e lençóis. Este equipamento teria de ser pequeno e leve, pois iria ser transportado numa das malas de porão juntamente com outro material para a expedição. E como tínhamos o limite de 23 kgs por mala, tudo teria de ser bem planeado. No entanto, no final acabámos por exceder o peso permitido! Ao equipamento de campismo adicionámos as redes de captura, sacos de tecido para colocar os morcegos capturados, as galochas, os frascos de recolha, os frascos de repelente, o duche solar, os chinelos, e mais alguns acessórios. Quando finalmente fomos pesar a mala, já estava com 29 kgs… Sobrou uma mala de porão e uma mochila de mão para colocar toda a nossa roupa, que acabou separada entre roupa para levar na expedição de campo e que iria na mochila de mão, e a restante roupa que acabou na mala de porão.
Relativamente ao equipamento fotográfico, a escolha seria mais difícil. Embora a visita à Mata Atlântica me tenha providenciado bastante experiencia no que toca ao material necessário para fotografar em florestas tropicais, não sabia nada de Madagáscar. E por isso, tive de ir investigar um bocado. Procurar fotografias tiradas nos diferentes locais que iriamos visitar, para ter uma noção das distâncias, da intensidade da luz, e outros pequenos detalhes que me permite decidir o que carregar comigo. Tinha também na ideia realizar filmagens, e isso implicava levar um tripé! E queria um que aguentasse o peso da câmara mais a objetiva 600mm que seria a mais utilizada. Esta decisão revelou-se a mais acertada, pois consegui regressar com filmagens fantásticas dos diferentes animais que fomos encontrando. Só tive pena de não ter mais dias de filmagens. Acabei por levar a mochila completamente cheia, não sobrando espaço nem para uma migalha. PS: irei criar um post só sobre o equipamento para saberem realmente o que levámos connosco nesta aventura.
Tudo despachado: Finalmente no ar
A viagem começou atribulada em Portugal, conseguir levar ambas as malas escadas abaixo foi como levar uma valente cacetada no futebol, um abre olhos para o que vinha aí. Como iria conseguir carregar tudo isto no meio da floresta? Seria melhor nem pensar nisso agora, pois tínhamos umas quantas horas de viagem pela frente. Foi a primeira vez que entrei no aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto, já viajei de Lisboa múltiplas vezes e de Faro quando fui ao Reino Unido. A primeira parte da viagem foi relativamente tranquila, passámos o controlo de passaportes e a segurança relativamente depressa. Eu estava bastante nervoso, já não sou grande fã de viajar de carro, quanto mais de avião. Depois todos aqueles minutos à espera, em filas que parecem nunca mais terminar. Todos esses momentos não são fáceis para mim, e a Vanessa ajudou imenso a manter-me calmo. Sabendo ainda que viajo com o equipamento fotográfico, ainda fico mais nervoso quando tenho de passar pelos controlos de segurança. Na maioria das vezes implica retirar tudo o que é eletrónica de dentro da mala, ou seja, esvaziar a mala completamente… e claro ter que arrumar tudo novamente com a fila atrás a acumular a cada segundo extra que demoro a arrumar tudo novamente. A primeira viagem ligaria Porto a Paris, e rapidamente estávamos a aterrar em França sem grandes percalços.
Chegados ao aeroporto Charles de Gaulle constatámos algo inesperado. Que à primeira vista assumimos como um erro, mas que se veio a revelar um grande problema. O voo seguinte partiria às 21h de Paris, mas no painel de informação dizia 9h (da manhã). Ora a Vanessa disse logo que seria um erro, eu estava mais desconfiado. E bolas!! Detesto quando acerto nestes momentos, basicamente o nosso voo tinha sido adiado para o dia seguinte de manhã. Sem sabermos muito bem o que fazer, fomos até à porta de embarque. A fila para mais informações, e ao mesmo tempo para tratar do alojamento e alimentação era bastante grande, e nós erámos praticamente os últimos a chegar à mesma, mas o que nos soava na cabeça eram os alarmes relativamente ao voo que iríamos perder das Maurícias para Madagáscar!! Visto que iriamos chegar quase 6 horas depois do voo partir. E só teríamos voo no dia seguinte, significaria também passar uma noite nas Maurícias! E isso também implicaria alterar o dia de viagem em Madagáscar, pois a ideia era sair no dia seguinte para Ranomafana.
Paris: Uma noite de pouco sono
Passámos a noite num hotel perto do aeroporto Charles de Gaulle, chegámos perto da uma da manhã e no dia seguinte teríamos de estar às sete no aeroporto. Mas durante o tempo de espera aproveitámos para pesquisar voos. E encontrámos um da Air France que sairia às dez da manhã direto para Madagáscar. E os restantes voos das Maurícias para Madagáscar estavam todos cheios, só tendo vaga quase três dias depois! Tomámos a decisão de acordar ainda mais cedo e ir ao balcão da Air France perceber o que podiam fazer. Visto que a nossa ligação obrigaria a ficar quase três dias nas Maurícias (com tudo pago pela companhia aérea). Assim que os funcionários se aperceberam da situação, procuraram a solução que apresentámos. O voo direto de Paris a Antananarivo. E confesso que temos de agradecer aos dois funcionários da Air France que conseguiram colocar-nos no voo direto! O que facilitou o resto da viagem, e nós seguimos diretos e chegaríamos no próprio dia a Madagáscar.
Gato azul: A chegada imprevista
Chegámos a Madagáscar já de noite. Cansados depois de uma viagem de quase doze horas, ainda nos faltava tratar de alguns assuntos no aeroporto antes de seguirmos para o hotel. Mas enquanto esperávamos para o controlo de passaportes ouvimos algo nos comunicadores: “Miss Vainessa Mata, Miss Vainessssa Mata please go to the baggage counter”… (ainda bem que nem tentaram dizer o meu nome, ou seria engraçado de ouvir) algo se passava com a nossa bagagem! Com tantas alterações a nossa bagagem havia ficado em França, não tendo sido despachada a horas. Agora a parte mais engraçada foi que decidimos enviar a mochila de mão com roupa também pelo porão… (um erro que não contávamos na altura) isto significava que seriam três dias pelo menos com a mesma roupa no corpo. Mas para nosso espanto, essa mochila acabou por aparecer no tapete rolante! O que nos deixou bastante aliviados e teríamos uma muda de roupa para o dia seguinte. Antes de seguirmos para o hotel Sakamanga, tivemos ainda de trocar Euros para Ariary, e comprar dois cartões de telemóvel para termos acesso à internet durante a nossa estadia. Para facilitar comprámos um da Telma e outro da Orange, assim caso um não tivesse rede teríamos acesso no outro telemóvel.
Os nossos colegas não tiveram tanta sorte! O voo das Maurícias, aquele que iriamos apanhar também tinha sido adiado umas horas. Depois descolou e regressou às Maurícias devido a um problema técnico. E no final descolaram já perto da meia-noite e chegaram a Madagáscar já passava das duas da manhã! Com todos estes pequenos atrasos acabámos por decidir seguir viagem para Ranomafana dois dias depois. Para assim todos termos oportunidade de descansar. Ficámos um dia em Antananarivo a descansar e deu para dar uma pequena volta pelas redondezas, sentir a atmosfera e preparar a viagem do dia seguinte, pois teríamos de sair perto das cinco da manhã, hora local, o que significava perto das três de Portugal… o que depois de quase dois dias de viagem, veio a calhar este mini dia de descanso.
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